sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Livros lidos em setembro

Oi gentes!

Vou fazer um daqueles posts para mostrar o que eu li nesse mês de setembro!


Eu li sete livros esse mês e dei muita sorte, gostei muito de todos! Esse mês eu acho que li até bastante, considerando que dois dos livros lidos eram calhamaços de mais de 500 páginas. 



Eu comecei o mês lendo O vermelho e o negro do Stendhal, a única exceção masculina do meu desafio de só ler livros escritos por mulheres esse ano. Eu abri essa exceção por causa do Leia Mulheres (ironia?!). Uma vez que eu ia começar a mediar debates sobre literatura e nunca tinha feito isso antes na minha vida, resolvi acompanhar a leitura compartilhada d'O vermelho e o negro junto com a Olivia para ir treinando a discussão. Tá aqui o convite dela para ler junto e aqui o fórum em que a discussão ainda está rolando. A história do livro é a história de Julien Sorel, um arrivista muito inteligente que tenta, o tempo todo melhorar sua condição social em uma França em que isso era praticamente impossível. Adorei o livro! Stendhal é incrível, e apesar do tamanho do livro a trama é muito ágil, acontecem coisas novas o tempo todo e, ele ainda consegue mergulhar fundo nos personagens, particularmente em Julien. Valeu furar o meu projeto para ler O vermelho e o negro e participar da discussão do fórum!





Junto com a leitura de O vermelho e o negro, eu voltei para o Meio sol amarelo da Chimamanda Ngozi Adichie que eu tinha começado a ler em agosto e dado uma pausa para terminar os outros que eu estava lendo porque estava gostando tanto do livro que não queria ler mais nada. Fiz resenha para ele aqui.


Logo no comecinho do mês eu comecei a ler Orlando da Virgínia Woolf que abriu os nossos encontros do Leia Mulheres BH. Aqui eu explico um pouco sobre o encontro, aqui está uma entrevista que a Olivia, uma das mediadoras, deu para a Rádio UFMG sobre o clube e aqui está o post com as fotos do encontro. O livro é muito, muito bom! Eu li duas vezes para me preparar para a discussão e, mesmo as leituras tendo sido muito próximas uma da outra, na segunda vez ainda pesquei mais coisas que não tinha pescado na primeira. O livro não é lá muito fácil. Pra falar a verdade eu acho que boiei em algumas partes, acho que vou ter que ler bem mais umas 3 vezes pra começar a entender melhor rs. Tem algumas partes mais cansativas, mas que não deixam de ser lindas, o livro é uma poesia em prosa. É uma biografia fictícia e conta a história de Orlando que vive por mais de 3 séculos e, nascendo homem, se transforma em mulher. A biografia foi inspirada em Victoria Sackville West, a Vita, amiga de Virgínia Woolf e que foi sua namorada por um tempo. Na edição que eu li não tinha nenhuma nota, mas durante a discussão do livro no encontro, as pessoas que leram a edição da Penguin disseram que o livro faz diversas referências à Vita e à própria Virgínia. A questão do gênero, inclusive, não se atém somente no plot do livro, mas permeia toda a obra de uma forma, muitas vezes, irônica e perspicaz. Amei o livro!!!


Os próximos dois livros foram lidos concomitantemente. Persépolis é um quadrinho lindo da escritora iraniana Marjane Satrapi que conta a sua própria história desde criança, quando o Irã passa pela revolução que alça os xiitas ao poder. Nos quadrinhos, Satrapi narra de uma maneira divertida, simples e bonita a sua história, uma menina que aos oito (ou dez?) anos de idade, nascida em uma família progressista de classe média, começa a ser obrigada a usar o véu e que, daí para frente passa por momentos muito difíceis com as sucessivas guerras que o Irã enfrenta. 

Eu não tenho o hábito de ler quadrinhos, mas depois de Persépolis, com certeza vou incorporar o gênero minhas leituras.


Carol, da Patrícia Highsmith é muito bom! A autora é mais conhecida por seus thrillers psicológicos, mas Carol é um romance que segue outra linha. Conta a história de Therese e Carol que, após se conhecerem por acaso na loja em que Therese trabalha, passam a se encontrar e de amigas passam a namoradas. Mesmo o livro não sendo um thriller, é uma narrativa muito ágil que prende do começo ao fim. Gostei demais desse livro. Tanto que já estou separando uma releitura de Patricia Highsmith para outubro.





Esse mês li também o meu primeiro Clarice Lispector, o livro de contos Laços de família. O livro traz treze contos tão curtinhos quanto densos. A escrita de Lispector é muito bonita e seus contos têm uma profundidade impressionante. Em poucas páginas ela consegue se aprofundar na personalidade de um personagem. Contando pequenas histórias cotidianas ela nos lembra o quanto a casualidade de nossas vidas é efêmera. O registro de breves momentos nas vidas dos personagens se aprofundam em densas camadas que nos apresentam, ora um momento de lucidez tão grande que beira a insanidade, ora a complexidade da convivência entre as pessoas. Como o título faz supor, ela esmiúça os momentos em família e a relação dos indivíduos nesses breves instantes. 



O último livro que terminei esse mês foi O sol é para todos da Harper Lee. O romance, de 1960 é narrado por Scout uma menina seis anos que vive com seu pai Atticus, seu irmão Jem e a empregada Calpurnia. Uma história que mostra o profundo racismo do sul dos Estados Unidos quando o pai de Scout, que é advogado, defende um homem negro contra as acusações de um crime. É uma leitura muito rápida e fluida, mas que trata do racismo de uma forma muito crua. Este livro incomoda, e faz uma reflexão muito interessante acerca do racismo. Muito, muito bom!



Bom, estes foram os livros lidos em setembro. Quem já leu ou quer ler algum desses?

Até a próxima!

Beijas!

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